
A obesidade é uma doença que acomete pelo menos 10% da população mundial (dados de 2008). Segundo o IBGE, aproximadamente metade da população brasileira acima de 20 anos está acima do peso. Esta doença tornou-se um sério caso de saúde pública, uma vez que o excesso de peso está relacionado com o desenvolvimento de outras doenças crônicas como distúrbios cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, osteoartrite, além de doenças psicossomáticas como depressão.
Diante dessa realidade, muitos tipos de produtos são lançados com a promessa da redução de peso sem esforço e com saúde. Dentre eles, destacam-se os suplementos termogênicos, que surgiram no mercado com a promessa de "queimar" a gordura através da promoção do aumento da temperatura corporal e alterações metabólicas. Para isso utilizam em sua formulação, por exemplo, fitoterápicos ricos em cafeína e substâncias com ação agonista adrenérgica comprovada. Sabe-se que estas substâncias podem aumentar, dentre outras, o risco de complicações cardiovasculares quando seu uso é indiscriminado, porém os produtos não informam suas concentrações no rótulo.
Diante do fato de que estes suplementos são livremente vendidos em drogarias e
websites especializados, surgem alguns questionamentos: seriam os termogênicos seguros e benéficos para o uso, especialmente quando seu público alvo é composto, majoritariamente, de obesos ou sobrepesados? Não seria a hora de um controle mais rigoroso, por parte das agências regulatórias, da venda deste tipo de suplemento?